Às seis horas da manhã, o despertador toca na casa de Maria de Jesus Oliveira, 58 anos. Apesar do hábito de dormir tarde, a aposentada se esforça para sair da cama, pois tem um compromisso. Três vezes por semana, Maria vai bem cedo à casa da vizinha Andréa Neves, mãe das gêmeas Emily e Tainá, de 1 ano e meio. Nesse horário, o marido de Andréa sai para o trabalho e não há quem fique com as meninas para que a mãe possa buscar, a cerca de dez quarteirões, o leite fornecido de graça no Posto de Saúde. “É muito cedo e frio, fica difícil levar as duas”, explicou Andréa. “Eu nunca pedi para Dona Maria olhar as crianças, ela percebeu que eu precisava e se ofereceu. Ela é como um anjo para nós.” Ao ser questionada sobre por que decidiu prestar auxílio à vizinha, a resposta é simples: “Poder ajudar faz a gente se sentir bem.”
Talvez tenha sido esse mesmo sentimento de satisfação pessoal que tenha motivado um samaritano a ajudar um desconhecido, deixado à beira do caminho, quase morto, após ser roubado e espancado por salteadores. A parábola de Lucas 10:30-37 foi contada pelo próprio Cristo para ensinar sobre o amor ao próximo. Enquanto o homem estava à beira do caminho, passaram por ele um sacerdote e um levita, que deveriam viver de acordo com os mandamentos de Deus. Mas foi um samaritano, povo considerado impuro e desprezível pelos judeus, quem o acudiu e exerceu, para com ele, o amor fraterno ensinado por Jesus.
A história bíblica inspirou Maria Luísa Curti, 56 anos, a escolher o nome da instituição que mantém em um bairro rural de Araçatuba, interior de São Paulo. A Casa Bom Samaritano foi fundada há oito anos para recolher moradores de rua. Evangélica, ela acredita que o trabalho é resultado de um chamado de Deus e confessa que vê, na face de cada homem que recolhe, o rosto do primeiro marido, com quem viveu 17 anos, até que ele morreu vítima do abuso do álcool.
Desde então, Maria Luísa passou a realizar diversos trabalhos voltados aos dependentes de álcool e suas famílias, primeiro no AA (Alcoólicos Anônimos) e também na ARA (Associação de Recuperação de Alcoólatras), que fundou em 1984 e da qual é presidente de honra até hoje.
A idéia de criar um lar para moradores de rua surgiu quando começou a distribuir alimentos para andarilhos durante a noite. “Na Bíblia, o samaritano socorre o homem na estrada e leva para uma hospedaria. Foi então que eu entendi que tinha de montar uma hospedaria.” Atualmente, a Casa Bom Samaritano abriga 50 homens. Sobre si mesma, Maria Luísa disse apenas: “Vivo pelo que creio e não pelo que vejo.” E sobre os “filhos”, como chama os moradores da instituição, ela afirmou: “Só tento ensinar a eles sobre o amor de Deus e a importância de ter objetivos”.
Fonte: Revista Enfoque Gospel
Um comentário:
É IsSo AI, eu achei otimo esse testemunho
de vida uma mulher dedicada a se doar eu acho muito importante esse testemunho ser imprimido
e ser repassado para a juventude e a igreja.
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